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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

30ª Casa de Criadores: Projeto LAB - 2º Dia

Oi, pessoal!


O segundo dia de desfiles do Projeto LAB, que está sendo realizado na 30ª edição da casa de criadores teve em seu line-up: Jonathan Gurgel, Spirodiro, Juliana Moriya e O.sório prosseguindo com a temporada outono/ inverno 2012. 

Jonathan Gurgel
O filme Laranja Mecânica serviu de ponto de partida para o jovem estilista Jonathan Gurgel. Recém aceito no curso de mestrado em moda da Universidade de São Paulo, Gurgel foi recortando o tema principal até tocar na questão da família e de sua desunião. Fazendo uso da ironia, língua falada com fluência pela Geração Y, retratou a desunião dos lares modernos usando tecidos que lembram as toalhas de mesa em torno das quais essas famílias rotas deveriam se reunir. Cores primárias para pintar a coleção que fala da partícula mais fundamental da sociedade. Seu trabalho é bem executado e não deixa a desejar no quesito acabamento. Nesse “Suco de Laranja Mecânica” – o nome da coleção traduzido para o português, modelagens sessentistas, vestidos curtinhos e casacos de tweed que funcionam muito bem fora da passarela. Os materiais abarcam algodão, lã e plástico.
    
Spirodiro
Moda infantil é um assunto delicado. Faz alguns anos que o que se vê nas coleções dedicadas aos pequenos são cópias reduzidas das roupas de gente grande. O resultado: às vezes uma garotinha se transforma em uma proto-piriguete. Sílvia Ferraz, muito felizmente, faz roupa de criança. Suas modelagens são adaptadas para o público infantil e contemplam aspectos ergonômicos que muitas vezes são ignorados – isso quando os estilistas sabem o que é ergonomia. O inverno 2012 da campineira acredita no potencial da criança e lhe investe poderes de super herói; Amarelo claro, vermelho e turquesa colorem peças com recortes divertidos e cheias de estripulias de modelagem, uma das marcas da criadora. 
    

Juliana Moriya
A arquiteta contemplou os jardins urbanos para compor sua coleção invernal. A cartela escura reflete uma cidade sóbria, séria, sisuda. Os florais desse jardim são pontuais e aparecem em poucas peças. A estilista diz que não se pautou na flora pura e simplesmente. Foi buscar referências nos canteiros paulistanos e na arquitetura dos espaços destinados ao verde em São Paulo – cada vez mais raros, diga-se de passagem. Inevitavelmente, caiu na estética de linhas limpas da arquitetura modernista. É uma coleção forte em básicos e em mistura de texturas. Ora o couro se mescla à lã, ora a malha se mescla ao cetim.
    

O.Sório
A brasiliense Ana Paula Osório tratou de um tema que causa arrepios a muitos: os aracnídeos. Há 3 anos no circuito da moda, Ana se dedica exclusivamente ao público masculino. Abusa da alfaiataria, produzindo camisas, calças e casacos de desenho ousado. Para a coleção apresentada nesta edição da Casa de Criadores, resgatou do século XVI a técnica doslashing, que se trata daqueles cortes na peça que deixam visível o forro. Um inverno de cores sóbrias: azul, cinza, marrom, tudo em tons esmaecidos. A estamparia pode enganar olhos distraídos, mas uma apreciação mais atenta permite ver que aquelas flores miudinhas são na verdade ácaros coloridos e que por entre as folhas que estampam a camisa se esconde uma aranha assustadora – que acaba ficando muito charmosa!
    
>>Laís Souza, Postadora

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